23 de jan. de 2009

Arte IN Cultura!

AEROSTATO 79
Arte no homem do vale
renatodemelomedeiros@gmail.com
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Inevitável que eu fosse dar minha cara na reunião “das coisas da cultura” no domingo (18.01), encontrão de toda a gente, interessados nos rumos das verbas municipais e estaduais. O que se viu lá foi um pouco do cenário que vamos ter que ajustar, digo vamos, se houver espaço pra colocações que não sejam diletantes e ou demagógicas, não da parte do prefeito Ivan Jr ou do vice-prefeito Alberto Luiz e sim da galera sem escrúpulos que teima em manter somente o próprio galo na panelinha.
Tira-se de um encontro daqueles razões para continuar sonhando.
Pelo menos agora a Casa da Cultura Popular, diga-se Governo do Estado, Fundação José Augusto, fará prisma nas discussões. Parece-me que, mesmo lá, tínhamos salários sendo pagos sem muita utilidade. Coisa pra se ver!
O que mais impressionou, afora a audiência de muitos artistas (sem lista de assinaturas?), foi a falta de agilidade dos envolvidos: Crispiniano, na atenção a sua gestão, nos passou uma hora e meia de sermão, relatando sem muita métrica a atividade de sua boneca. Depois lá veio Gilvan (digo diretor Cenec) com mais uma hora do histórico das suas atividades. Aí a turma dos inscritos se sentiu na liberdade de fazer da oportunidade ao microfone cabo de guerra, lavaram a roupa. Sem falar que a verbologia escambava sempre na autopromoção e auto-comisseração. Uma tristeza, de rir. E eu dando berro!
O prefeito foi claro na disposição e interesse em uma gestão participativa, falta aos seus indicados iniciarem outra lenda, aquela encantou ao antigo regime (perfeito!), mas agora tá difícil de engolir. Alberto Luiz, secretário e vice-prefeito, salvou a reunião, tomou nota das urgências, repassou ao final uma objetividade nas diretrizes propostas que faltou na pauta da reunião. No geral foi decidido o óbvio: Criar uma Comissão Municipal, de eleitos e indicados. Formatar um Cadastro legítimo que reconheça os profissionais em suas áreas de atuação. Estabelecer com o tempo um Calendário de Atividades Culturais na nossa Atenas.
No Assu há um caso visível e risível, talvez só se aprume se cabeças mudarem, rolarem. Questiona-se a atuação, mais que duradoura, de pessoas para as mesmas funções, não sem razão. Cairia do céu alguns interessados na “Arte pela Arte”?
A atuação em maior número, dos artistas de verdade, nessa cidade, está sempre sendo vista como um favor, como mendigos amealhando trocados.
Tendo sempre que ser voluntária. Pra quê a coisa? Ande!
Tenho observado há tempos, aqui as oportunidades não existe pra quem é, de fé, artista em sua função. Talvez isso explique os casos de autopromoção durante a reunião, não que justifique. Estou habituado a outros centros, para um galerista ou o artista mostra boa aceitação no mercado de arte ou, procura outra galeria, outra ocupação. A cultura está relacionada com as artes em geral, sem profissionalismo não funciona. E hoje, até penso, essas verbas públicas destinadas à cultura deveriam rumar pra outras questões mais urgentes, tipo o controle e a conscientização ambiental. Temos o caso desses Autos (Não fazem compensação de CarbOno Zer0!), proliferados por todos os lugares, me desculpem meus amigos envolvidos nesse ato, mas essa verba disposta fere os princípios da constituição. Num Estado Laico, consciente de seus deveres, não se faria espetáculos católicos com as verbas públicas.
Depois vem a questão do emblema subjetivo e diletante que envolve as escolhas em termos de cultura e arte, vide a marginalização. O que é interessante para um fomento nem sempre condiz com os anseios da população. Baseados em moda, jogo, e trapalhadas, não se faz escolhas. Que critérios são adotados aos meios?
Vejam: aceita-se hoje a cultura do povo, simples, naive, primitiva, a arte popular, como forma de penitência. Os sacrificados artistas populares agora são usados como moeda de troca. O presidente é pop então faremos edição de todos os lapsos? Voluntários... Ainda bem.
Consta nas salas de nossa Casa da Cultura Popular o nome de legítimos Artistas populares?

Em graças nos falha a memória,
não lembramos quem foram os entes
que animam o nosso folclore.

Como cultura é tudo, é porém
a mágica de um povo
que se fez encantar,
não deixando rastro a saudações
nem a demagogia histórica de um lugar
aonde os fracos teimam em ser
motivo de glosas.

Não tenho naturalidade
em manter atenção
a quem faz questão
de repetir como jura
uma estória
em sua desculpa.
Repetindo será lembrado
esquecido lá o passado,
metido nessa impostura.

Casa de vez,
o troço com sua rima,
aperreia feito um bichado.
Sem dormir com a consciência
pulando, no dito, faz uma lenda,
pra manter seu explicado.

Não suporto!
Me falta, na vez,
lembrar do futuro
que já se fez.

Aposto no imaginário
que me guia, todos os dias,
nesse tempo, sem precisão.

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16 de jan. de 2009

do caderno 16,... 20.







Há dias em que o tempo é lá...

Circunstâncias que vibram
alvoroçadas. Lembranças
ordinariamente soltas

Visgo em campo citadino.



Lugares abertos a
entrada pra visão
de sítios em justas sementes
e hábitos talharam resposta
no enunciado que for
corpo que andar



Lágrimas seriam jogada.
Pipocavam na sede.

Louco pra escapar dos versos
que cruzam a parede certeiros
como essa proposta
pra rebentar coragens.

Longo em saborear do ar
as incertezas. Vagando.

Mestre em descartar do equilíbrio
a perda que oca o pau
do horizonte maduro escapando.

Cálculo que dita a forma
mais séria de convencer
a dobra do limite que gasta
o limite que aposta.



Impossível espetar esse anel de tempo, mas
ele é teu... Diadema infinito de muitas duvida.

Assim que o vento soprar e a ultima estrela resistir no poente. Caiam todas as glórias ao novo e já próximo sol.
Deixa que, embora saibam, relembrem com ternura o eterno capricho do renascido.
(...)
Descobriram que seriam os humanos aqueles que colhem flores nos jardins matinais. Espero ainda a declaração que a cerca da moral inflama e ostra as portas tentando esconder realmente e sério o sentido de reunir com os outros. Destinos que não faltaram com as práticas de soberanias e nervos que fortes podem ditar o modo e a causa que ritual nenhum chocou.
Mesmo nos limites do oceano cósmico a barca e tripulação preparam, arquitetam as jornadas. Longos sítios esperam?
Longos espaços cerebrais esfolam a dimensão/ cerca, que é medo ou receio indevido, provocando a descoberta do infinito.
Gostem ou não.


I
Lento sol na curva do infinto espaço.
Destino crio. Lado que houver.
II
Andava fazendo um rumance,
como no paraíso,
sem fruta envenenada
e sem eva...
Só eu.
AEROSTATO 77
Arte no homem do vale
renatodemelomedeiros@gmail.com

Existe, por enquanto, todo esse tempo para a politicagem.
As eleições têm sempre esse jogo tão sujo, o recado é mínimo.
Existe um hábito, muito saudável e louvável, de calcular a produção de carbono de vários tipos de eventos: haves, programas de TV, festas de aniversários(de pessoais legais e conscientes), festivais, feiras de livros, filmes, etc. Durante a nossa vida, nosso consumo produz uma quantidade pouco agradável de carbono solto na atmosfera, agravando o já muito conhecido efeito estufa, aquecimento global. O uso de energia na manutenção da estrutura, dos indivíduos, solta no céu aquela fuligem como a dos veículos, é o pum sócio-ambiental. Pensando numa perspectiva de futuro diminuímos o gasto supérfluo de combustíveis fosseis, energias não renováveis, poluentes em geral. Esses eventos, por exemplo, fazem esse calculo para compensar o planeta com o plantio de árvores. A ação é chamada, CarbOno Zero! Vi num site de corridas de bike, vi no programa Um Pé de Quê? de Regina Case, vi na festa de casamento de Mauricio e Ângela, faço isso na minha casa-laboratório, faça na sua... é prático. Entre no site da Futura e aplique seu consumo a contrapartida na plantação de árvores, na utilização dos recursos com elegância, sem lixo é luxo. E por falar em elegância, como faz falta ao processo eletivo essa atitude tão justa. Não contentes com toda inutilidade de seus cargos, esses parasitas ainda esbanjam poluição, sonora, visual e tal. Nem de Gabeira escutamos um dito sobre a campanha consciente, ecologicamente decente. Aqui pelo Assu as coisas são risíveis, pra não chorar. Carros e mais carros saem pela rua desperdiçando combustível e fazendo barulho, essas festas comício nos finais de semana (sem o Juiz/o!) deixam um rastro de sujeira bem parecido a essas caras. Não é dever da autoridade analisar e compensar seus atos?
O que devemos fazer?
Dá bom exemplo!
AEROSTATO 57
Arte no homem do vale


Escalamos inúmeros mistérios a procura de estrelas que nos indicam aonde ir, planos a traçar, diretrizes certeiras na conquista de nossos sonhos. Neste festim constelação, as amizades que cultivamos serão sempre, em todos os momentos de nossas vidas, nosso mais perfeito tesouro, nosso mais puro ouro. A felicidade não é um mito ou um estágio distante para aqueles que com afeto remove problemas, para aqueles em que afeto é confiança, festa e sorriso. Nestes dias, lendo finalmente, uma tese sobre Sílvia Plath, escrita por um amigo (Talentoso Astro), descobri que até para o amor, o Epicurismo é maravilhoso. Recomendo a todos irem à busca do que sobrou, dessa refinada e graciosa filosofia para pensar na vida que levam e num ato de metamorfose de conceitos, sorrir entre estrelas sempre.
Sempre, nos momentos um pouco mais pesados de minha vida de artista, tinha dois trunfos na manga: A felicidade não se compra, o filme de Capra e, um conselho de Epicuro: Somente dois tipos de dores certamente existem, a insuportável e as suportáveis. A primeira, como o próprio nome indica não suportaremos, morreremos, é inevitável; quanto as suportáveis, o nome também induz, suportaremos, então não adianta sofrer, se suportamos apenas o suportável. De preferência muito bem acompanhados!
Franz Capra será para sempre a mais otimista estrela fazendo os filmes de nossa constelação. Em Da vida nada se leva e It’s wonderful life (A felicidade...) encontramos motivos para manter os verdadeiros conceitos da Anarquia: Paz, Solidariedade, Liberdade e Alegria de viver.
Divino foi o dia em que encontrei, as gargalhadas, o Epicurismo, que, de muito simples, vive aos fragmentos profundos: Viver o presente, o passado passou, o futuro? ainda não... Chegou?
Aos filmes...^, aos conselhos de...^, entenderás o que digo. Se, neste mundo que aprendemos a amar, encontramos com aquele que ainda não aprendeu que o afeto, o zelo, é nosso único passaporte seguro, com paciência dirija-se e lhe diga:
O que não mata (o afeto, a confiança, o sorriso, a paz, a poesia dos dias), mais forte fica.

Aquele que se deita tranqüilo
no travesseiro do zelo,
não terá pesadelos.

Amo a todos que chegaram até aqui!

Silvestre

nisso, Felipe Nery de Carvalho deverá também ser tratado como um aristocrata de um tempo em transição. Tudo que se queira relatar sobre ele e sua esposa a baronesa de serra branca, nascida Belizária Lins Wanderley em 1836, parece sempre nos remeter a um passado de desenvolvimento, mas de progresso limitado.
Já um pouco antes da assinatura da Lei-Aurea esta decente senhora libertou seus cativos, isto é fato narrado, de todos conhecido.
O final do século 19 foi marcado por uma retomada dos valores da imaginação positiva, ondas de renovação social varrem também toda opressão do novo continente, a procurar novas revoluções no campo das ideias. Realçando as formas de convivência.
E foi também esta Belizária uma sensível mulher, seu baú de lembranças pessoais guardava cartas de amigas afetuosas, admiradoras de suas prendas para as artes manuais e atenciosas para com a curiosidade natural dessa amiga ávida por notícias do mundo.
Tenho ainda na lembrança, era já 1987 e pude sentir este depositário de suaves caprichos tão femininos e universais. Muitas marcações de cartão para as rendas com ingênuos motivos de pássaros e flores, vidros de fragrâncias perdidas com o passar dos anos, o caderno das primeiras letras caligrafadas do seu filho adotivo Silvestre (repare no nome, aluda.), uma foto dele guardada numa trabalhada caixinha de madeira, algumas cartas que ele mandava para o pai do Rio de Janeiro onde estudava. Tinha gravatas do marido, travesseiros pequenos de seda bordados e cheios com plumas, mimos, souvenirs de seus fatos e até chumaços de cabelos, talvez dessas próprias cabeças.
Também o tempo escolhe. Aquele baú/obra de engenho minucioso, peça de arte conceitual, mesmo túmulo de cultura individual sedimentada estava na calçada, expulso de seu sobrado onde ficou tantas décadas exilado e guardado e, foi em parte tragado pelos bichos, teve outra parte destinada a saqueadores como eu e outra parte, quem sabe maior, devorada pelas chamas do acaso, virado lixo decerto.


Em tudo isso, na balança o peso da arte não engana. Vejo aquela mulher acumulando sua existência naquela mala de couro broxado, lembro do desenrolar dos fatos cruciais de sua época, relembro Emily Dickinson e suas notas enigmáticas, João Lins Caldas e suas centenas de livros perdidos, Marcel Duchamp e seu museo de acasos, alio tudo as novas tecnologias de mensagem para o trato criativo e sei, a memória é uma coisa do futuro e besta é a soberba. A arte é uma charada dos homens e não se engane, a arte é para todos. Vejam.

sic...

Felipe Nery de Carvalho e Silva - agraciado com o título ( Dec 19.08.1888, Princesa Isabel) de Barão de Serra Branca. Nasceu em 02.05.1829 em Santana do Matos - RN e faleceu em 16.06.1893, nos arredores da cidade de Caicó-RN, vindo de uma viagem a Juazeiro do Norte-CE, onde visitara o Padre Cícero. Está sepultado no cemitério da cidade de Assu-RN. Filho de Antônio da Silva de Carvalho ( nascido  a 13.01.1784 e fal. a 09.08.1877 ) e de Maria da Silva Velozo (nasc 23.12.1799 e fal. 18.05.1870), casados em 26.02.1827.  Como político, financiava eleições  e foi eleito Deputado Provincial por duas vezes, nos biênios de 1878-79 e 1880-81. Tenente Coronel da Guarda Nacional. Abolicionista legítimo, libertando todos os seus escravos sem qualquer condição no dia 30 de março de 1880. Casou-se com Belizária Wanderlei, Baronesa de Serra Branca, nascida a 13.10.1836 em Assu-RN e falecida a 13.04.1933 em Natal-RN, filha do Cel. Manoel Lins Wanderlei e de Dona Maria Francisca da Trindade.O casal não teve descendentes. Ainda sobre o Barão de Serra Branca.Era o tipo tradicional do patriarca risonho. Contava o meu bisavô do colaborador Lauro Antonio Bezerra de Assunção que ele costumava se sentar e reunir ao seu redor todos os escravinhos pequenos para que ele tocasse e cantasse para a alegria de todos. Em 19 de agosto de 1888, a Princesa Regente D. Isabel, assinou o decreto fazendo de Felipe Néri de Carvalho e Silva, Barão de Serra Branca, no Gabinete Ministerial do Conselheiro João Alfredo. Prestando o seu juramento no dia 24 de outubro de 1888.

ReEditaremos uma jornada, só pra lembrar...


AEROSTATO 1Arte no homem do valerenatodemelomedeiros@gmail.com
Quanto de solidamente humano existe em transformar o invisível em uma imagem que dura? E o quanto desde a necessidade, sufoca o instinto brutal acima da razão e do tempo, refinadamente? Uma idéia, mesmo encerrada nos confins do pensar, é um golpe de arte.


A esperança no outro, na maravilha do trabalho, transforma a iluminação primeira em fato incomum, objeto encantado.
A arte mesmo, liberta as conquistas do pensamento/idéia da obrigação de se fazer ação ou matéria. Vem da arte o impulso natural de não se deixar aprisionar, mesmo moldando alucinação criativa e objetivo racional para a vitória do facto.
Qualquer objeto que dure, palavra que permaneça diz, somente: Troféu da empreitada humana. Lembra DRELLA, “Todos somos artistas e vivemos no mundo”. A arte, jogo onde não há perdedor. Infinita carícia que assusta.

12 de jan. de 2009

Há Séculos...




Um primeiro dia forte
e com sorte
contente...
Valoriza a eternidade,
à posteridade.







Tenho adoração ao memorável,
sublimo tudo em minhas veias.
E quando um isto me põe a teima
fagulho calmo a minha bagagem.

Estiro o pensar em provisão
e pesco longe com os sentidos
um ritmo que me ajuda a sorrir.
É porque ou bem, ou now,
eu não largo o pau
de minha bandeira.

Ser, firme por dentro,
do organismo
que em mim lateja.


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