12 de nov. de 2009

Água, meus netinhos...





Aerostato 93
Arte no Homem do Vale





Dizemos que tudo vai bem, isso me cheira a tédio.

Antes do amanhecer alguns muitos milhares de litros do precioso líquido escorrerão, aos pingos, lentamente, pelo ralo.
Em poucos dias de espontânea pesquisa voluntária e imprecisa, em ambientes públicos, em casas de amigos, em lojas e pelas ruas, chego à óbvia conclusão de que além do brio elegante e individual dos comprometidos com as futuras gerações, de que apesar das campanhas planetárias milionárias, dos esforços máximos de conscientização de que passaremos sede num futuro próximo, a ficha ainda não caiu completamente e todo esforço ainda escorre pelos esgotos. Na minha rua tem um cano da Cia hídrica escorrendo há três semanas, sem parar. Numa boa e confortável casa de um amigo a torneira do jardim já tem um tema de muitas farras que não fecha completamente. Na loja de molduras a torneira do WC é uma fonte há semanas... Isso sendo sucinto. E além de todos os avisos, apesar de todas as piadas, falta sempre uma rolha, um encanador ao nobre serviço nesse enredo.


Tem cabimento que cheguemos ao restaurante à hora do almoço acompanhados de um reparo de torneira e de uma chave inglesa?


Tem condições um cidadão sair e chegar em casa todos os dias com um lago imundo a beira da calçada?


Há dias em que acordo e penso numa nova dimensão, resolvo diletantemente o que vou observar dentro de um tema previsto. Nisso eu já pesquisei as áreas de concentração preferencial de desocupados, em frente aos bancos vence; os locais aonde fica mais lixo jogado à toa, e as cercanias das escolas ganharam de assombro... Semana passada era para minha atenção um deleite observar a indiferença dos humanos com o bom dia feliz que ofertamos por graça, foi assim que um amigo me contou uma história dele que fez rir, pelo desgosto:
Ele passava sempre no caminho ao trabalho por certa calçada e, como é seu costume, aos que nela estavam sentados, pessoas aparentemente sadias e bem nascidas, desejava bom dia, boa noite, agradável. De simples o cumprimento foi ficando, com o passar dos dias, mais sonoro, “Eu pensei, escutam pouco...”. Até que depois de meses nessa elegância, sem pretensão, ele disse que parou um pouco, olhou atentamente aquelas pessoas e olhos nos olhos de uma delas disse boa noite, essa superou as expectativas, virou-lhe a cara. No outro dia na passagem pela calçada ele fez sua escapada, simulou uma topada, numa pedra, e gritou alto as mais feias palavras, “...e fui dizendo todos os palavrões mais feios que eu vinha aprendendo desde que minha mãe lavou minha boca em criança.”
Então, precisamos urgente dizer tudo outra vez:


Esse líquido é precioso, ele não nos pertence, embora pagar uma conta mensal nos faça esnobá-lo. A nobreza tradicional do ciclo da água existe há milênios, e está sendo poluído pelo seu luxo, adulterado pelo seu descaso, somente o seu juízo de sobrevivência irá recuperá-lo. Precisamos deste precioso líquido limpo, e seu dinheiro não vai comprá-lo.


Essas lagoas são o sustento à beleza dessas paisagens. A água é mãe da vida. Esse rio é o lugar mais sagrado deste vale. Eu não sei se vc levaria lixo para a sua igreja, para o seu templo de oração...

Ofertamos melhor a consciência daquilo que somos.
Sendo a perfeita semelhança do que ofertamos.

Ajeite, sem hora, a voz!


2 comentários:

Deia Roos disse...

Oi Renato, retribuindo sua visita e seguindo-te primeiro por aqui, depois vou conhecer melhor os teus blogs.
Gostei muito do que escreveu, estão falando da água na Lua e aqui na Terra ainda não se ligaram que o que "ainda temos" deve ser preservado a peso de "ouro", é inadmissível que nos dias de hoje que tanto se fala de aquecimento global e preservação do planeta façam pouco caso do desperdício .
Paz e Luz!

Cristiano Contreiras disse...

grato pela visita, se puder pode sim me linkar...

seria possivel voce ser meu seguidor no blog? espero, abs

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