30 de jun. de 2009




TATOAEREO 83
enigmas sondáveis do espaço

É evitando certas mancadas que adquirimos alguma segurança nos nossos atos.
Marca nosso escândalo esse vulto de celerado que pratica atrocidades, destrói ou desfaz por capricho as inocentes e belas realidades. Sem respeito ao próximo, sem conservar nossas, mesmo simples, tradições não se faz realmente cultura. Nessa cultura que desanda e é uma gritante desculpa pra afastar nossa brasa.

Durante a arrumação da praça para a tradicional festa de São João, sendo Batista o profeta louco e louvável do cristianismo, uns alguéns se julgando arquitetos do cosmo, crente ser dono do mundo, botaram fora as copas frondosas dos antigos e já tradicionais Fícus desta já tão desfigurada praça. Nisso numa desculpa pra se sentir menos feio, mais avançado; nisso escandaloso sem métrica nem propósito real. Sei que: se alguém sai pela rua completamente nu, será prontamente tachado de verde imoral ou todos dirão que a humanidade está perdendo mesmo é o respeito. Onde já se viu o amostrado sair pela rua mostrando as vergonhas? Triste é constatar que vergonha mesmo faz quem se julga sabido o suficiente pra ser dono do espaço. Não me falha a memória que isso aqui está virando normalidade, não é a primeira vez que as árvores dessa tão reformada praça são vítimas da loucura momentânea desses serviçais do povo. Sim, porque é com nosso subsídio monetário que eles exercem esse poder impostor. Sanando seus traumas com o burocrático fluxo aleatório do nosso caixa. Isso mesmo é o que se ver em lugares onde os lacaios da ordem estão sempre preocupados em fazer uma boquinha nas verbas publicas, onde não existe respeito pelos seres em geral. Sei pensarão: a humanidade perdeu mesmo o sentido e uma árvore vítima é somente uma a mais, todo dia florestas desaparecem, toda hora morre bicho e gente por aí pelas calçadas... Saibamos reconhecer não somente a triste sina desses vegetais, mas o símbolo que isto significa, numa redundância já muito bem (im)posta em práticas de administração pública. Infelizmente a orgia me faz falar tão bem pelêassunto.
Outra normalidade é pensar que isso faz parte dos escândalos, também já tradicionais que antecedem, e perpassam tradicionalmente as nossas tradicionais festas juninas. Será um bálsamo para nossa cidadania se por algum capricho do destino o festejado artista da hora resolver fazer propaganda gratuita de nossa festa na TV, dizendo por aí que um povo besta e caprichoso meteu o pau nos paus pra recebê-lo. Quinem novo rico quando arruma a casa pru mode arrecebê arguma artoridade. Quinem rapariga que raspa a preciosa quando espera o mió criente. E haja prefume pra incubrir a podridão.
Aos de telhado de vidro, cuidado! Um outro artista juntou os troncos no munturo e contratou um avião pra soltar do céu no meio da farra, tentando também, fazer arte.
Essa curtura imposta fede a bosta. Essa novela é suja.


É a sombra dessas árvores frondosas e célebres que dão guarida para quem descansa do trabalho ao sol, abraçam nossos simples momentos de lazer, aquelas cenas afetivas que não nos sai da memória.

A cultura é um bem valioso quando nasce genuinamente do povo, como um cheiro bom que exala do corpo limpo de quem amamos.

Pelo respeito ao que é nosso e belo por origem, sentido e história.






10 de jun. de 2009


Divino, soma
os múltiplos caprichos
que te abrasam
será, do ser, tua graça.

E, como eu sei,
nenhum maestro
há de fazer, de ti,
nobre inconteste.

Enorme, recorre à vida.
Essa via conduzindo
aos milhares os melhores.
Vai! à barca vai...
A vida te abarca.



chove
pela noite
ofertando
uma canção
que pinga
sons
pelas telhas
abraçados

chovendo
chove
pelos dias
anunciando
uma fartura
aos vegetais


Esqueci o que foi antes
o que vc foi antes
antes de vir
participando
em tudo
como um cinzel
um lustre
antes de dormir.




Alude a qualquer tipo de emoção
e não deixa de saber-se aonde
murmuram os novos desejos
que saltam para fora, pelo campo afloram.

A poesia maluca
não desconta, atriz conserva
sem limites
essas estragadas letras
que ferem... ao peito de quem fede.


Em seu tempo, num só ato
vim verter-te
num rabisco seus traços
entre os sorrisos de não esperar
vasculhando a noite
em meu porão.

Nesse sono assim
que afago.
Na madrugada te recolho
nas calçadas.
Em seus olhos,
desse azul puríssimo,
mergulha meus desejos na manhã.

Acordo seco, ainda
teu vinho habita meu hálito,
antes que eu esqueça e calcule
as perdas e consiga outro horizonte
que sobra.
Feito uma lembrança festiva
dos desejos de amanhã.


Eu quero um sapato
que não machuque meus pés!

Macacos me mordam...
Fazendo algodão das minhas centelhas.
Abraçando a minha fé,
nesse novo amanhã, que sempre festeja.

A vitória sobre essa porcaria de crise, inventada por esses brutos do lucro que não estabelecem, obedecem a ordens. Não!

Eu quero um sapato
que não machuque meus saltos.
E quero um sorriso
pra suprir de sorrisos
a geladeira do dia.

Ser tão bom
fosse à desculpa
que sorrir e levanta os astrais.


Na banca...
Antes de sumir
formou-se um elo
entre as bochechas.
Atendendo os apelos,
operando milagres
dispensados na pressa
na solene hora
em divertida hora
em que machuca ou salta
entre os anéis na força.

Operando os mil laços que fosse o que fosse teria que partir.
Não quero saber, não quero mais, essa novela é estranha.
Esconde e talha a sinceridade do seu conto.
Aproxime a conversa da hora, atrapalha se não vem somando e fique prestes a sorrir. Estou sempre pra consumir, recolher os carinhos que deixastes soltos pelo colchão, debaixo dos lençóis.

Feito um velha amazona.


Minha escrita ainda é sexy...
Hora veja!
Tenho fixação na frase oral.


Aspirei a casa, está engraçada, nessa umidade que assume as paredes apostam uns fungos, ainda medidos num juízo, pelos palmos submersos. Sempre quero, fazer de ti, esta colina mãe, refazendo os dias e as noites os escritos plantam as ordens que faltaram aos seus cuidados.
Não abandona seu firmamento, escala as paredes e agora selvagem pisa os banidos, pisa os fracos anseios com passos fortes e seguro de tudo que é sua força e dom esmaga esses brutos, se te assombram, num pesadelo de ti.
E quando fortes tiveres
que refazer contente um histórico,
marcando a tua estrada,
ampara-te no bom.
Esquece os infelizes, dolosos,
os fracos na tua aposta.
Por deus, sabido.

Isola-se no bem, não há pecado.
Explora os prejuízos
catando da glória, ainda é segura,
as nobres venturas.
Por deus, contido.


Cante!
Uma fé constrói
milagres.

Conte!
Um sorriso refaz
milhares.


Prezando a timidez, eu não sei se serei o dono desse castelo.
A construção não se afasta do hálito dos que trabalharam
erguendo, neste pão, esta, da alma, masmorra.
Não abandonar o sentido que espera continuar assumindo um dom, em sua guarida.


(de um antigo mote que sem glosa erra solteiro...)



Sem ser filme de terror,
Assim nos mostra a história,
Mesmo ao mais coberto de glórias,
A velhice é um pavor.
Assusta até o doutor
Sem remédio em solução,
Derruba qualquer barão
Ao mendigo, ela executa.
Aproveite a vida é curta
Assim diz a mocidade.


Pra mim perdeu o valor,
O sujeito displicente
Que nos diz de seu repente
A velhice é um pavor.
Se fazendo de doutor,
Julgando pela idade,
Nisso faz barbaridade.
A juventude é presente
Na saúde inteligente, decente,
Assim diz a mocidade.


A saúde é um valor,
Disso sabe o previdente
Quando fala displicente,
A velhice é um pavor.
Fazendo disso um horror,
Ele esquece que a idade
Nisso faz barbaridade.
Viver a vida contente
Na saúde inteligente,
Assim diz a mocidade.

7 de jun. de 2009







Trás
essa dúvida
demora muito em perceber
apego bom não arranhe
os motivos que calam no imprevisto
destas manhãs.

Vai pra abril
os dias que lembrei
vc explorava os encontros
querendo anunciar
por detrás das nuvens,
soltas e cinzas
que viria rever
num apego
esses traços de chover.

Chove chuva, chove sem parar...








Num verde
planto
luz no ossuário,
na memória pendida.

Canto a canto
a hora é vaga,
a fé testemunha.

No previsível
martelo
de minhas lembranças.

Foi-se o mote
na guinada
à tona
quebrando os
subversivos
versos.







Certamente
onde foi todo
foi tudo.

Aonde foi tatuado
seu nome
o jardim ainda esconde
seu nome mesmo assim
gravado por mim
minora a estupidez
dessa nave
em que seguíamos
cometas.









Inveterado e regressando à tona.

Testamento mineral
reino vegetal
sem vaga religião
ou superstição
que avalia.


Grande enunciado
em conselhos
enormes novelos
úmidos e tão consistentes
das notícias
sendo escritas
a duas mãos.

Registrar sendo lei solta
sendo ao lume
testado antes de encarregar
a novidade
com pedidos
pessoais.

Inveterado e
investindo em somas
antes que a vergonha escape
dando conselhos
consistentes
que ao seu tempo avalia.

Antes demais.
Antes que sim, porque sim.




E vc vai sair
na escuridão da sala
pra ir
num outro plano
eu lhe ajudo a pensar
o drama
sempre vívido
intocado.

Tem esse aceno
mas nosso plano
não é uma vela. Biruta
que ao vento acena.









Tem um sumo do amor
na verdade dos leões.

Uma causa que a vontade
não satisfaz nem grita.
Reconhece logo a sua fonte
destaca o preguiçoso enlace
de seu, no seu lado.

Perturbando a tinta
deixando antes ver
que da lua cai
sua dura realidade
e estremece
entre nós.







Supurante
febril
escusado
resta na praia
o afogado.

Espumando
as ondas
ternas miríades
violentas em vagas
cospem seu corpo
ao descoberto da areia
que centelha.

Ele teria a lembrança de partir.
Não fosse seu peito,
sem gesto, cheio de mar
salgando demais
as suas veias.







Eu sei fazer
uma canção
que me serve
de aurora.

Penetrando
as terras
e voltando ao ar
pela respiração
dos seres.

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